O PROJETO – VIVO, DINÂMICO, DE CONSTRUÇÃO COLETIVA
Um dos principais desafios do programa foi construir um conteúdo inédito, que pudesse abarcar diferentes perspectivas e que qualificasse distintos perfis profissionais para a atuação na vigilância do óbito materno, infantil e fetal e nos comitês de mortalidade. O processo formativo enfatizou não só a importância de investigar esses óbitos, mas também a de propor medidas de intervenção em diferentes segmentos sociais por meio da articulação entre as experiências práticas, os conhecimentos atualizados e a contextualização política.
Para que público-alvo, programa e proposta pedagógica se conjugassem em sinergia, se estabeleceu, desde o início, um processo de construção coletiva, firmado nos significados e nas práticas vivenciadas pelos diferentes atores nos trabalhos já desenvolvidos pelas áreas de vigilância, assistência, além da participação nos comitês, procurando respeitar experiências diversas na construção de saberes.
O trabalho da assessoria pedagógica no processo de elaboração dos cursos e dos materiais didáticos foi pautado por intensa interação com a coordenação do programa, alinhando, o tempo todo, as propostas às atividades de planejamento, formulação e elaboração do projeto, construção do curso e dos materiais.
Enfim, um processo de construção que envolveu diferentes dimensões e nuances – políticas, pedagógicas, acadêmicas, institucionais, relacionais, técnicas e tecnológicas – que, ao se entrelaçarem, evidenciaram o tamanho e a complexidade da empreitada.
Nesse processo de construção os objetivos do programa foram ampliados, assim como seu público-alvo – membros de Comitês de Mortalidade Materna, Infantil, Fetal, Comitês de Análise de Óbitos Hospitalares, Comissões de Controle de Infecção Hospitalar, Núcleos Hospitalares de Epidemiologia, e abrangendo também os profissionais e gestores de saúde em geral.
O projeto final resultou na oferta de dois cursos de nível médio e superior: de atualização, para sensibilizar os profissionais sobre o papel da investigação do óbito, e de aperfeiçoamento, que teve como objetivo qualificar os profissionais para desenvolver a vigilância do óbito.
Os conteúdos pedagógicos do curso foram organizados em unidades de aprendizagem, subdivididas em módulos que incorporam estratégias pedagógicas com o intuito de problematizar concepções e práticas e facilitar o processo de aprendizagem a distância.
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1º e 2º Cursos de Vigilância do Óbito Materno, Infantil e Fetal e Atuação em Comitês de Mortalidade em nível de atualização | 2013 e 2014UNIDADES DE APRENDIZAGEM MÓDULOS CARGA HORÁRIA Unidade I
Ações em saúde e exercício de cidadania: caminhos para conhecer o perfil de mortalidade materna, infantil e fetal Unidade II
Informação, análise e ação: o papel da vigilância em saúde e dos comitês de mortalidade Unidade III
A investigação dos óbitos e a análise em comitês de mortalidade como instrumento para melhorar a qualidade da assistência à saúde Módulo 1– A construção do direito à saúde no Brasil 15 horas Módulo 2 – Vulnerabilidade social e mortalidade materna no Brasil e no mundo 15 horas Módulo 3 – Crianças: sujeitos de direito e sua vulnerabilidade 15 horas Módulo 4 – Mortalidade fetal: mortes invisíveis e evitáveis 15 horas Módulo 5 – Instrumentos para registro de óbitos e nascimentos e seus sistemas de informação em saúde 20 horas Módulo 6 – Outros sistemas de informação em saúde e indicadores de saúde 10 horas Módulo 7 – Vigilância do óbito: uma ação para melhorar os indicadores de mortalidade e a qualidade da atenção à saúde da mulher e da criança 20 horas Módulo 8 – Comitês de mortalidade: a sociedade exercendo a cidadania e demandando as ações de saúde 10 horas Módulo 9 – Importância da informação na análise da situação de saúde 15 horas Módulo 10 – Investigação do óbito materno, fetal e infantil 15 horas Módulo 11 – Análise da situação de saúde 15 horas Módulo 12 – Análise da mortalidade materna 15 horas -
1º Curso de Vigilância do Óbito Materno, Infantil e Fetal e Atuação em Comitês de Mortalidade em nível de aperfeiçoamento | 2013UNIDADES DE APRENDIZAGEM MÓDULOS CARGA HORÁRIA Unidade I
A análise da situação de saúde, vigilância do óbito e atuação em comitês como instrumentos para promover a melhoria na qualidade da assistência à saúde Módulo 1 – Análise da situação de saúde 30 horas Módulo 2 – Vigilância do óbito materno, fetal e infantil- Morte neonatal: asfixia perinatal
- Morte materna: aborto provocado e violência sexual
- Morte materna: violência
- Morte infantil: fronteira
- Morte fetal: sífilis congênita
- Morte materna: hemorragia
- Morte materna: dengue
- Morte materna: síndrome Hellp
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2º Curso de Vigilância do Óbito Materno, Infantil e Fetal e Atuação em Comitês de Mortalidade em nível de aperfeiçoamento | 2014UNIDADES DE APRENDIZAGEM MÓDULOS CARGA HORÁRIA Unidade I
Ações em saúde e exercício de cidadania: caminhos para conhecer o perfil de mortalidade materna, infantil e fetal Unidade II
Informação, análise e ação: o papel da vigilância em saúde e dos comitês de mortalidade Unidade III
A investigação dos óbitos e a análise em comitês de mortalidade como instrumento para melhorar a qualidade da assistência à saúde Módulo 1– A construção do direito à saúde no Brasil 15 horas Módulo 2 – Vulnerabilidade social e mortalidade materna no Brasil e no mundo 15 horas Módulo 3 – Crianças: sujeitos de direito e sua vulnerabilidade 15 horas Módulo 4 – Mortalidade fetal: mortes invisíveis e evitáveis 15 horas Módulo 5 – Instrumentos para registro de óbitos e nascimentos e seus sistemas de informação em saúde 20 horas Módulo 6 – Outros sistemas de informação em saúde e indicadores de saúde 10 horas Módulo 7 – Vigilância do óbito: uma ação para melhorar os indicadores de mortalidade e a qualidade da atenção à saúde da mulher e da criança 20 horas Módulo 8 – Comitês de mortalidade: a sociedade exercendo a cidadania e demandando as ações de saúde 10 horas Módulo 9 - Análise da situação de saúde Módulo 10 - Estudos de caso morte materna Módulo 11 - Estudo de caso morte infantil Módulo 12 - Estudo de caso morte fetal 60 horas
A metodologia de ensino adotada nos cursos foi a abordagem baseada em casos, em que o aluno é desafiado a problematizar a sua realidade por meio de um caso fundamentado em situações reais. A produção do material foi orientada pela abordagem do caso Maria de Lourdes, especialmente criado para este curso a partir de situações reais, ilustrando a realidade da morte materna, infantil e fetal no país. Foi trabalhado de forma transversal, ao longo das unidades de aprendizagem dos cursos.
Outras estratégias pedagógicas foram adotadas, como fóruns, questões que propiciam a reflexão e a articulação com a realidade, e atividades que visam o exercício e a consolidação de conhecimentos sempre na perspectiva da problematização.